domingo, 16 de novembro de 2008

Interpretando uma mente suicida

A última gota de sangue saindo do corpo esquelético e branco. O estado morimbundo em que estava vivendo nos últimos meses haviam tirado todo o brilho dos olhos azuis. Os cortes finos e curtos no pulso foram a solução encontrada. Sangrar até morrer parecia bem doloroso. Não para Malu. Ela não sentia mais nenhuma dor física. Ou pelo menos a dor já estava camuflada pelas dores da alma. Estas sim, a faziam sangrar sem que ninguém percebesse.
Nem mesmo a alegria de ter sido aprovada em primeiro lugar do vestibular a faziam feliz. Mas ninguém percebia as lágrimas em seu coração.
Ela não queria mais parecer o modelinho de perfeição. Não queria ser a muleta de todos. Não queria ter que sorrir quandoa vontade era chorar e pedir colo.
Estava decepcionada com as pessoas. Muitas mágoas. Muitas esperanças depositadas e nada de volta. Aquela amiga mais uma vez a traiu. Frustrações com projetos que ela mergulhara de cabeça, num poço sem fundo. Culpa dela mesma. Não era capaz de conviver com as pessoas. Não conseguia entender algumas ações.
E nada era com os outros. A cula era dela. As frustrações eram dela. As decepções eram dela. A dor que sentia era só dela. E ela não conseguia mais gritar. Todas as tentativas já haviam esgotado.

O sangue escorrendo pelo ralo, a vida se perdendo...E aquela foi só mias uma frustração.




"E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força"

4 comentários:

Rodolpho Dutra disse...

O suicídio não é apenas uma solução desesperada, é sempre a primeira e ultima escolha de um ser humano. A oportunidade nasce no parto e vai embora no enterro.

Suicidas não são covardes, pelo menos não diante de sua visão. Eles são os unicos corajosos o suficiente para dar cabo daquilo que foram obrigados a aguentar.

Mosana disse...

deve ser complicadíssimo isso.. acho mesmo que não são covardes.. covarde sou eu que tremo só de pensar na hipótese....
kisses

Lisa. disse...

CARALHO, CLARISSE!!!!
nada mais perfeito que clarisse...

olha, eu já pensei nisso, já até... tentei.
mas sou covarde e sei que sempre posso renascer das cinzas, como uma fênix. chiquérrima perua decadente que seja! ahhauha
a gente sabe bem.
é melhor tentar e quebrar a cara, é melhor chorar escondido que perder a chance de um dia ter dado tudo certo, ter ficado tudo bem...

realmente, o suicídio é só pros corajosos... eu não sou um deles nesse caso, até hoje pelo menos.

Mari Vianna disse...

Me arrepiei, sabe..
Essa mente aí, já foi minha mente.
Graças a Deus eu to aqui. De vez enquando essa foça volta a me deixar triste, mas eu to aprendendo a ser cada dia mais forte.

Que escuridão!
adorei o blog, sucesso!